Alyne Costa

Alyne Costa

PUC-Rio


Política ontológica e regimes de visibilidade no Antropoceno

[Ontological politics and regimes of visibility in the Anthropocene]



(with English translation)

9th August / 9 de Agosto - 16:30

Block B Auditorium / Auditório do Bloco B

Resumo e bio disponíveis em português e inglês / Abstract and bio available in portuguese and in english


Abstract


Resumo - PT

Minha apresentação é inspirada por uma afirmação de Philippe Descola no seu mais recente livro As formas do visível: "Pois só se figura o que se percebe ou imagina, e só se imagina e percebe aquilo que o hábito nos ensinou a recortar na trama de nossos devaneios e a discernir no fluxo de impressões sensíveis". Como fica, então, a relação da figuração com a imaginação e a percepção quando, na época geológica chamada Antropoceno, a imagem de mundo herdada da modernidade europeia se desestabiliza e é atravessada por imagens de outros mundos humanos e não humanos? Para responder essa pergunta, partirei da análise do regime de visibilidade característico dessa modernidade empreendida por Bruno Latour para, na sequência, contrastá-lo com as "artes de notar" abordadas por Anna Tsing e discuti-lo à luz do “Anthropo-not-seen” de que fala Marisol de la Cadena. Por meio desse percurso, pretendo abordar o que ganhamos ao exercitar a ampliação da percepção e da imaginação, mas também os limites de tais movimentos – já que, se vislumbrar outros modos de vida faz-se necessário para conceber "um mundo em que caibam muitos mundos", tal coexistência exige também que aprendamos a pensar e sentir diante daquilo que não podemos plenamente ver ou conhecer.


Abstract - EN

My presentation is inspired by a statement made by Philippe Descola in his most recent book The Forms of the Visible: ‘For one only figures what one perceives or imagines, and one only imagines and perceives what habit has taught us to cut out of the fabric of our daydreams and to discern in the flow of sensitive impressions.’ So, what is the relationship between figuration and imagination and perception? So how does figuration relate to imagination and perception when, in the geological epoch called the Anthropocene, the image of the world inherited from European modernity is destabilised and crossed by images of other human and non-human worlds? To answer this question, I will start by analysing the regime of visibility characteristic of this modernity undertaken by Bruno Latour and then contrast it with the ‘arts of noticing’ addressed by Anna Tsing and discuss it in the light of the ‘Anthropo-not-seen’ spoken of by Marisol de la Cadena. Through this journey, I intend to address what we gain by exercising the expansion of perception and imagination, but also the limits of such movements - since if glimpsing other ways of life is necessary to conceive “a world in which many worlds fit”, such coexistence also requires us to learn to think and feel in the face of what we cannot fully see or know.



Bio


Bio - PT

Alyne Costa é filósofa, professora e pesquisadora da PUC-Rio e da APPH. Sua pesquisa aborda o Antropoceno e o colapso ecológico considerando também cosmovisões e modos de vida não ocidentais. Sua tese Cosmopolíticas da Terra: modos de existência e resistência no Antropoceno foi a vencedora do Prêmio Capes de Tese 2020 na área de filosofia. Coordena o projeto "A Terra e nós: educação, pesquisa e cidadania no Antropoceno" e é co-coordenadora da coleção Desnaturadas, da editora Bazar do Tempo.


Bio - EN

TBA



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