Quando as águas: Imagens como testemunhas dos desafios do Antropoceno na Amazônia

Anderson José da Costa Coelho


Palavras-chave: Amazonia, Antropoceno, Fotojornalismo, Meio Ambiente, Tecnodiversidade


PT

O objetivo do trabalho é evidenciar o fotojornalismo como uma ferramenta crítica para entender e comunicar os desafios do Antropoceno, com foco no ensaio fotojornalístico “Quando as Águas” do repórter fotográfico Raphael Alves, no qual são um percurso visual das transformações ambientais na Amazônia. As imagens atuam como um catalisador para o diálogo e a reflexão, incentivando a sociedade a reconhecer e responder à crise ecológica. A Amazônia se ergue como um bastião da biodiversidade e símbolo dos desafios que enfrentamos na era do Antropoceno. O fotojornalismo, com sua capacidade singular de capturar momentos efêmeros e transformá-los em narrativas visuais, tem sido uma ferramenta vital para documentar as mudanças dramáticas que ocorrem nesta região vital. As imagens, são testemunhos dos eventos que se desenrolam nas profundezas da floresta. Essas narrativas mostram qual é bruto e ao mesmo frágil, a teia que segura a vida na Amazônia, o ciclo de águas está sendo severamente afetado, cada vez as enchentes e as secas estão abatendo a região. O fotojornalismo, produz provas incontestáveis do impacto humano sobre o meio ambiente. Deste modo, as imagens fotográficas tornam-se, assim, ícones que desafiam a indiferença global e incitam a ação coletiva. A Amazônia está no epicentro dos desafios do Antropoceno - uma época geológica definida pela influência humana predominante sobre o clima e o meio ambiente da Terra (MENDES, 2022). O desmatamento acelerado, as queimadas devastadoras e a perda de habitats são apenas alguns dos sintomas visíveis da crise ambiental que enfrentamos. No Antropoceno, se fez necessário e urgente propostas não homogeneizadas, para elaborar respostas para as extremas condições climáticas que o planeta caminha. A tecnodiversidade elabora a ideia que diferentes contextos pedem diferentes perspectivas tecnológicas (HUI, 2020). Destarte, analisaremos o ensaio ‘Quando as águas’ do fotojornalista Raphael Alves (2024), que aborda as vivências dos amazônidas com o ciclo das águas na Amazônia, dentro de um contexto que a vazante e a cheia tem um limite tênue onde se estabelece a vida na floresta. O ensaio evidencia uma discursão sobre os impactos das mudanças climáticas que assolam nosso planeta nas últimas décadas, onde secas extremas e inundações assustadoras se tornam cada vez mais comuns. Em sua função documental (ROULLÉ, 2009), ‘Quando as águas’ traz a tona as tensões entre tradições ancestrais e a modernidade invasiva. As comunidades locais, que há séculos vivem em harmonia com a floresta, encontram-se agora na linha de frente de uma batalha pela sobrevivência, não apenas da sua cultura, mas do ecossistema que sustenta a vida na Terra. Concluímos que ‘Quando as águas’ de Raphael Alves são mais do que simples representações de uma realidade distante; elas são um chamado à ação. Elas nos lembram que estamos todos interligados e que o destino da Amazônia está intrinsecamente ligado ao futuro de nosso próprio planeta. A tecnodiversidade pode contribuir para uma melhor resiliência e sustentabilidade em soluções, recorrendo a alternativas e incentivando inovações que entendam as particularidades da Amazônia alinhada com os desafios do antropoceno.



Referências



Bio


PT
Anderson Coelho (Belém, 1985). Graduado em Letras pela Universidade Federal do Pará (2009). Fotojornalista, é mestre em Comunicação e especialista em Fotografia na Universidade Estadual de Londrina (2013), atualmente cursa doutorado em Jornalismo pela Universidade Federal de Santa Catarina (2023), pesquisa sobre fotojornalismo na Amazônia e suas correlações, além de ser membro do grupo de pesquisa CNPQ Jornalismo, Cultura e Sociedade. Tem 15 anos de experiência, e atuou por redações de Belém - PA, Londrina - PR e Florianópolis SC, atualmente é fotojornalista independente para agências e veículos de jornalismo (AFP, Reuters, Folhapress, Intercept, Joio e o Trigo, Infoamazônia) e órgãos humanitários (PNUD-DF). Tem experiência docente na comunicação, com ênfase em imagem e fotografia, em graduações de jornalismo, publicidade e propaganda e pós-graduações em fotografia, atuando principalmente nos seguintes temas: fotojornalismo, webjornalismo, teorias da comunicação e multimídia.

EN
Anderson Coelho (Belém, 1985). Graduated in Literature from the Federal University of Pará (2009). Photojournalist, has a master's degree in Communication and specialist in Photography at the State University of Londrina (2013), currently studying for a doctorate in Journalism at the Federal University of Santa Catarina (2023), researching photojournalism in the Amazon and its correlations, in addition to being a member of the group of CNPQ research Journalism, Culture and Society. Has 15 years of experience, and worked for newsrooms in Belém - PA, Londrina - PR and Florianópolis SC, he is currently an independent photojournalist for journalism agencies and vehicles (AFP, Reuters, Folhapress, Intercept, Joio e o Trigo, Infoamazônia) and humanitarian organizations (PNUD-DF). He has teaching experience in communication, with an emphasis on image and photography, in journalism, advertising and propaganda degrees and postgraduate degrees in photography, working mainly on the following topics: photojournalism, web journalism, communication theories and multimedia.


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